No mundo, disso não há semelhança:
enquanto vou vivendo de esperança,
por ela vou morrendo – e… ai!
Minha senhora clara e rosada,
como queria descrevê-la, e tanto
só eu sei quando a vi sem manto!
Infeliz do dia em que me levantei
e a vi assim tão bela, tão corada!
Minha senhora, desde aquele dia, ai,
me senti bem mal, comigo ausente.
Ela, filha de Dom Paio
Moniz, bem parecida
por seus modos, de luxo assim vestida.
E eu, minha senhora, um presente
de si nunca poderei ter, nem dar:
a não ser alguma coisa reles,
sem valor, insignificante!
Ay!
BARRETO, Atônito. Disponível em: <www.primeiroprograma.com.br>. Acesso em: 9 set. 2015.