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Alternativas para enfrentar a insegurança alimentar no Brasil

TEXTO I

Como é que a fome e a extrema pobreza se conectam?

José Raimundo Ribeiro – Um ponto de partida importante é entender que, no mundo em que a gente vive, especialmente na realidade brasileira, um país urbanizado, o acesso à produção de alimentos é quase impossível. As pessoas não produzem os alimentos que elas comem. O acesso aos alimentos é um acesso monetarizado. Mesmo no campo, a maior parte dos alimentos que as pessoas consomem, elas compraram por via monetária. Se a gente pensar a realidade das cidades, que é quase 80% da população brasileira, todos os grupos de alimentos, a aquisição desses grupos de alimentos, mais de 90% é pela via monetária. Então isso faz com que, evidentemente, a questão da renda impacte diretamente a questão da alimentação. Chega quase a ser uma obviedade: ganhar mal é comer mal. Às vezes, fico um pouco assustado com as pesquisas que demoram anos e meses para provar uma coisa que é quase elementar. Agora, dentro desse “ganhar mal” tem um universo muito grande. Por vezes, parece que você consegue traduzir tudo a partir de uma faixa de renda. E isso faz parte da estratégia de alguns organismos. O Banco Mundial quer nos fazer crer que a linha de extrema pobreza de US$ 1, US$ 1,25 por dia – eles vão atualizando – é o que vai dizer se as pessoas passam fome ou não, e o que a gente percebe é que, na maioria das vezes, essas linhas estão abaixo disso, ou seja, tem muita gente acima dessa linha de extrema pobreza que continua enfrentando dilemas ou mesmo passando fome.

RIBEIRO, José Raimundo. Entrevista concedida à Caio Castor, José Cícero, Thiago Domenici. Disponível em: https://apublica.org/. Acesso em: 21 jul. 2021 (fragmento).

TEXTO II

O que é insegurança alimentar

O conceito de insegurança alimentar é empregado quando não há acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem que isso necessariamente comprometa o acesso a outras necessidades essenciais. O levantamento mapeou o quadro desse problema entre novembro e dezembro de 2020.

Disponível em: http://www.nexojornal.com.br/. Acesso em: 7 ago. 2021 (fragmento).

TEXTO III

Mais da metade dos domicílios no país, 59,4%, se encontram em situação de insegurança alimentar durante a pandemia, segundo levantamento feito por pesquisadores do grupo “Alimento para Justiça” da Universidade Livre de Berlim, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade de Brasília (UnB). A falta de alimentos em quantidade ou qualidade necessária traz impactos para a saúde, como enfraquecimento do corpo, prejuízos no desenvolvimento físico e mental e aumento da probabilidade de doenças, o que torna a camada mais pobre da população ainda mais vulnerável à Covid-19. A segurança alimentar é um direito humano contemplado no artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. No Brasil, desde 2010, este direito está assegurado entre os direitos sociais e previsto no Artigo 6º da Constituição Federal. No entanto, a realidade atual no país está longe do cumprimento dessas garantias. Para se ter uma ideia, na pesquisa realizada por pesquisadores do grupo “Alimento para Justiça”, entre novembro e dezembro de 2020, 31,7% dos entrevistados relataram estado de insegurança alimentar leve; 12,7% moderada e 15% insegurança alimentar grave.

Disponível em: http://www.medicina.ufmg.br/. Acesso em: 7 ago. 2021 (fragmento).

TEXTO IV

Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil. Disponível em: http://olheparaafome.com.br/. Acesso em: 7 ago. 2021.

Proposta de Redação

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Alternativas para enfrentar a insegurança alimentar no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.