• A gente combinamos de não morrer

    A morte brinca com balas nos dedos gatilhos dos meninos. Dorvi se lembrou do combinado, o juramento feito em voz uníssona, gritado sob o pipocar dos tiros: — A gente combinamos de não morrer! Limpou os olhos. Lágrimas apontavam diversos sentimentos. A fumaça que subia do monturo de lixo ao lado, justificava qualquer gota ou rio-mar…

  • O direito à literatura

    O direito à literatura

    Antonio Candido […] Chamarei de literatura, da maneira mais ampla possível, todas as criações de toque poético, ficcional ou dramático em todos os níveis de uma sociedade, em todos os tipos de cultura, desde o que chamamos folclore, lenda, até as formas mais complexas e difíceis da produção escrita das grandes civilizações. Vista deste modo…

  • Capítulo 4

    Capítulo 4

    (onde se devassam truques, máscaras e maquiagem dos bastidores do que se chama de literatura) Um dia apareceremos leitor nas estatísticas catalogados em ocorrência policial.1 Com o bloco nas ruas, vamos estabelecer que literatura não tem uma definição. Ela não pode ser definida como podem ser definidos – com certa unanimidade – um composto químico, um acidente geográfico, um…

  • Repelindo o carteiro

    Repelindo o carteiro

    Tenho, sim, um cão feroz que ameaça o carteiro; na verdade, eu o comprei com essa finalidade. Correios lançam campanha para preservar os carteiros dos ataques de cães. Folha Online, 4 de setembro de 2008. “SENHOR CHEFE DOS CORREIOS: dirijo-me a V.S. por causa do aviso que recebi de V.S., intimando-me a tomar medidas para…

  • Se eu não a tenho, ela me tem

    Arnaut Daniel (tradução-recriação de Augusto de Campos) Se eu não a tenho, ela me temo tempo todo preso, Amor,e tolo e sábio, alegre e triste,eu sofro e não dou o troco.É indefeso quem ama.Amor comandaà escravidão mais brandae assim me rendo,sofrendo,à dura lidaque me é deferida. Se calo, é porque mais convémcalar, em mim, o…

  • Ribeirinha reivi

    Ribeirinha reivi

    No mundo, disso não há semelhança:enquanto vou vivendo de esperança,por ela vou morrendo – e… ai! Minha senhora clara e rosada,como queria descrevê-la, e tantosó eu sei quando a vi sem manto! Infeliz do dia em que me levanteie a vi assim tão bela, tão corada! Minha senhora, desde aquele dia, ai,me senti bem mal,…

  • Violões que choram…

    Violões que choram…

    Reprodução do poema “Violões que choram…” do poeta simbolista Cruz e Sousa.

  • Passagem da noite

    Passagem da noite

    Reprodução do poema “Passagem da noite” do escritor Carlos Drummond de Andrade.

  • Nel mezzo del camin…

    Nel mezzo del camin…

    Reprodução de um poema do poeta parnasiano Olavo Bilac.

  • Vaso grego

    Vaso grego

    Reprodução de um soneto do poeta parnasiano Alberto de Oliveira.