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A lenda de Mani

Num passado remoto, havia uma tribo Tupi localizada no interior de uma floresta densa. O chefe da tribo era um homem sério, austero, viúvo e pai de uma filha. Certa noite, sua filha entrou chorando na oca pedindo-lhe auxílio: estava grávida.

O chefe enfureceu-se, prometendo castigar severamente o responsável pela gravidez. Entretanto, sua filha disse que jamais havia estado com um homem e, portanto, não haveria a quem culpar. Atormentado, o índio considerou colocar um fim na vida da própria filha e do bebê, temendo a desonra de seu nome, e, enquanto se decidia, isolou-a em uma oca por uma semana.

No último dia da semana, o xamã da tribo convocou o chefe para meditar. Sentados ao redor de uma fogueira a bebericar um chá de ervas místicas, o chefe se deparou com uma entidade mágica da mata, dizendo que a gravidez da filha tinha um propósito para a tribo e que deveria ser honrada. O chefe, então, retirou a filha do isolamento e, decorrido longo tempo, a moça teve a criança: uma linda menina de pele branca e cabelos marrons, a quem os indios nomearam de Mani.

Todos na tribo e mesmo aqueles que vinham conhecer o novo bebê estranhavam sua pele branca, mas a doce menina conquistava facilmente aqueles que dela se aproximavam.

Três anos se passaram e, numa noite de luar, a filha do chefe entrou em sua oca e encontrou Mani sem vida. Abalados com o acontecimento inexplicável, os índios enterraram a criança na oca da mãe, como era o costume. Diariamente, a india chorava a perda da filha, regando, com lágrimas, a terra seca do túmulo.

Passou-se algum tempo, e uma planta misteriosa brotou no local. Os índios ficaram espantados, e o chefe ordenou que não arrancassem a planta, lembrando-se da mensagem que recebera da entidade junto ao xamã.

A planta deu frutos marrons de polpa branca, que lembravam a todos de Mani, com sua pele clara e cabelos escuros. O chefe provou primeiro a fruta e tornou-se mais forte e resistente. Desse modo, toda a tribo passou a alimentar-se dos frutos da planta do túmulo de Mani, que recebeu então o nome de Mani-Oka, que quer dizer “Casa de Mani”.

Autoria desconhecida.