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O poder das palavras

As palavras têm um poder tremendo. Repito com assertividade: as palavras têm um poder tremendo. Há palavras que edificam, outras que destroem; umas trazem bênção, outras, maldição. E é entre estas duas balizas que a comunicação vai moldando a nossa vida.

Há palavras que deviam ser escondidas num baú fechado a sete chaves. Porque não edificam, porque magoam, porque destroem…

Há uns tempos fui fazer um exame médico. Após o questionário clínico habitual, a médica prosseguiu: “Agora, vou fazer-lhe umas maldades”. Nesse instante, o meu corpo sucumbiu e o desmaio tornou-se iminente. Ora, a palavra maldade magoou-me mais do que o próprio exame. Teria sido muito sensato ter escondido tal palavra num quarto escuro. Não teria magoado tanto.

Mas voltemos às palavras amigas, as que mimam, as que confortam, as que aquecem o coração.

Sabiam que podem mudar o dia de alguém com uma calorosa saudação? “Bom dia, como está?” Experimentem, sempre que comunicam, escolher palavras com carga afetiva positiva! Por exemplo, se substituírem a palavra “problema” por “situação”, o problema parece tornar-se mais pequeno, não parece? Ou então acrescentar adjetivos robustos quando agradecem a alguém: “Obrigada pela sua preciosa, valiosa ajuda”.

Se queremos relações pessoais e profissionais mais saudáveis e felizes, usemos e abusemos das palavras positivas na nossa vida. E não nos cansemos de elogiar. Palavras de louvor e honra trazem felicidade não só a quem as recebe, mas também, e sobretudo, a quem as oferece.

Sandra Duarte Tavares. O poder das palavras. In: Visão, ed. 1298, 2017. Internet: <visao.sapo.pt> (com adaptações).