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O Lobo e o Leão

Um Lobo acabara de roubar uma ovelha. Antes de retirar-se do curral com o animal preso à sua boca, pôs-se a refletir por um instante e concluiu que o melhor era levá-la para longe dali, onde não correria o risco de ser interrompido durante sua farta e merecida refeição.

De repente, seus planos foram interrompidos. É que no caminho ele acabou cruzando com um Leão poderoso que, numa só bocada, tomou para si a ovelha.

O Lobo ficou contrariado, mas preferiu manter uma distância segura do felino. Sentindo-se afrontado, dirigiu-se ao Leão com ironia, dizendo: “Ora, essa! Você não pode tomar para si aquilo que não lhe pertence. Essa ovelha é minha! Ela pertence a mim!”

O Leão não gostou nada da audácia com que o Lobo se dirigiu a ele. Olhou em volta e percebeu que a distância entre os dois era grande, por isso, não valia a pena perseguir seu concorrente para lhe dar uma boa lição. Assim, respondeu ao Lobo com desprezo: “Então quer dizer que essa ovelha pertence a você? Por acaso você a comprou? Ou, talvez, tenha ganhado do pastor, dono do curral ao lado? Diga-me: como foi que a conseguiu?”

Moral da história: Aquilo que se consegue pelo mal, pelo mal se perde.

ESOPO. O Lobo e o Leão.

Esopo
Esopo

Nasceu na Grécia, no século VII a.C.
Pouco se sabe hoje sobre sua vida. Os dados que chegam a nós foram escritos pelo monge grego Planúdio, no século XIV, sob o título de Vida de Esopo. Acredita-se que foi vendido como escravo a um filósofo, que, impressionado com a sua inteligência, deu-lhe a liberdade. Correu o mundo visitando o Egito, a Babilônia e parte do Oriente, indo por fim, parar na corte do rei Creso, cujo favor adquiriu graças aos seus apólogos, gênero de que passa por ter sido o inventor, embora a fábula já existisse desde a mais remota Antigüidade.
Suas fábulas inspiraram diversos escritores ao longo dos séculos e até hoje são lidas por adultos e crianças.